A 3ª edição do Shaping the City, um fórum sobre desenvolvimento urbano sustentável, ocorreu em Veneza entre os dias 24 e 25 de novembro, após eventos bem-sucedidos em Chicago e Nova Orleans. Organizado pelo European Cultural Centre, o fórum faz parte da exposição Time Space Existence, da Bienal de Arquitetura de Veneza, e reuniu urbanistas, arquitetos, acadêmicos e políticos de todo o mundo. O arquiteto japonês Kengo Kuma estava entre os especialistas convidados para falar sobre a interseção entre a natureza e o ambiente construído na arquitetura japonesa.
Ao longo de dois dias, a conferência buscou explorar temas cruciais como educação, bens comuns urbanos, deslocamento, integração da natureza e o futuro da mídia arquitetônica, assunto discutido durante um painel com a presença de Christele Harrouk, editora-chefe do ArchDaily. Enquanto estava em Veneza, a equipe do ArchDaily conversou com Kengo Kuma para discutir sua abordagem única nos projetos inspirados na natureza e específicos para cada local.
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Durante a conversa, Kengo Kuma aprofunda um dos princípios definidores de sua prática: o desejo de criar edifícios de acordo com seu contexto cultural e geográfico específico. Em cada lugar, ele se esforça para encontrar as características únicas e dialogar com elas, permitindo que o projeto seja alterado e adaptado a esses traços particulares. Esse conceito de priorizar o contexto é aplicado às diferentes tipologias e escalas de projetos.
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Haus Balma de Kengo Kuma, pelas lentes de Paul ClemenceHarmonizar com o lugar é a base do nosso conceito; para cada lugar, tentamos encontrar a diferença e respeitar essa diferença. Estamos tirando proveito do diálogo com o lugar. Uma conversa com o lugar às vezes é uma conversa com o artesão local, com os materiais locais e com o clima. Para cada projeto, aproveitamos esse tipo de diversidade.
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A materialidade desempenha um papel importante nessa conversa com o lugar. Kuma discute sua preferência por madeira e materiais naturais em vez do uso de concreto e aço. Como materiais definidores do Modernismo, esses materiais simbolizam um estilo que busca apagar a diversidade de um lugar. Em contraste, a madeira está intrinsecamente ligada à terra. O uso de materiais locais e madeira também levou a um tipo diferente de transparência em relação à proporcionada pelo vidro. Isso é alcançado por meio da exposição gradual dos materiais, criando uma transição fluida entre o interior e o exterior.
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Com a madeira, as pessoas encontram familiaridade na edificação, porque a madeira e nós temos uma longa história em comum. Como a humanidade vivia na floresta, a memória da madeira é muito profunda.
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No contexto do evento Shaping the City, Kuma também abordou o papel em mudança dos arquitetos, apontando para a necessidade de remodelar o relacionamento das pessoas com o mundo natural, mudando as próprias cidades. Ele fala sobre a sabedoria japonesa de criar pequenos jardins como forma de trazer paisagens naturais para os ambientes urbanos.
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Todos esses princípios são visíveis nos projetos em andamento do escritório de Kengo Kuma. Entre eles, o projeto para a nova estação de trem Saint-Denis Pleyel em Paris, França, busca reduzir a escala do hub de transporte ao trazer a paisagem natural e criar um oásis dentro da cidade. Kengo Kuma & Associates recentemente também venceu o concurso para projetar um novo centro de visitantes no Parque Nacional de Butrint, Patrimônio Mundial da UNESCO na costa jônica da Albânia, e está entre as equipes pré-selecionadas em uma competição para um novo teatro em Bergen, Noruega.